segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Uma noite de bebedeira

Saí do serviço no meu horário, seis da tarde. Era sexta e pô, os caras iam tomar uma cervejinha no bar e me chamaram. Resolvi ir, afina uma só não faz mal a ninguém. Liguei para Isabella.
- E onde é o bar?
- Poxa amor, eu não sei, é um bareco qualquer.
- E por que você quer ir?
- Como assim, por que eu quero ir? Por que quero, oras.
- É assim?
- Amor, é só uma porra de uma cerveja em um bar cheio de macho, e provavelmente uma espelunca, em que vamos passar a noite toda, berrando, suando e falando mal das nossas mulheres. Você acha o quê? Ninguém vai levar esposa, só vai ter homem lá. Pode ficar tranqüila que o cu eu não dou. Você sabe disso. – risos –.
- Tudo bem amor. E que horas você vem para casa?
- Acho que antes das dez, ta bem querida?
- Tudo bem.
- ...
- ...
Feito. Olhei para os meus amigos, que na expectativa me olhavam. Todos de figas, acredita?
- Vamos nessa.
Chegamos no boteco. Sentei e pedi meu uísque. Os caras, João e o José, maricas. Vodca com gim. Bebi meu drink conversando, desde mulher, até a feminilidade do animal irracional. Sem muita diferença. Por uma exceção, claro. (hahaha). Lá pelas tantas, após os gorós, fiquei meio bêbado. Estava fodido se chegasse em casa daquele jeito. Isabella ia me matar. Falei aos caras:
- Rapaziada, fodeu. Estou muito bêbado e se chegar em casa assim, minha mulher me põe para fora.
- E o que agente faz?
- Eu não sei porra, sou eu que estou pedindo ajuda!
Olharam-se, e pensaram. Depois disso acho que apaguei, por que quando acordei, estava em famoso puteiro da cidade. Uma puta se esfregava no pau do João e outra deixava o Zé mamar em suas tetas. Porra, eram enormes. Procurei meus cigarros e acendi um. Fiquei curtindo o espetáculo. Uma veio até mim.
- Oi meu bem.
- Oi.
- Tudo bem querido?
- Tudo.
- Quer que fique melhor? Paga um drink para mim, que você vai ver como posso melhorar.
Paguei a porra do drink. Na hora, imaginei se aceitavam cartão de crédito ali. Estava meio duro. Me toquei do como ia aparecer na fatura. Um drink light de puta. (heh). Estava ferrado, por que quem confere a fatura do meu cartão é a Isa, mas isso não vem ao caso. Ela tomou tudo, e veio para cima de mim. Rebolou, rebolou e sentou. João e Zé me olharam e sorriram. Sorri para eles, não sei por que. Estava ainda meio bêbado, mas conseguia ver o rosto da mulher que estava no cio, em cima de mim. Feia que doía, mas como rebolava. Meu pau mole, que nem borracha. Fiquei ali, fumando e bebendo, vendo ela balançar para cima e para baixo, se esfregando toda em mim, balançando aqueles seios e sorrindo. A joguei longe e fui no banheiro vomitar. Porra, é muito para um cara agüentar. Sentei de novo e ela veio.
- Oi meu bem
- Saco, que é o piranha?
- Que isso amor?
- Saco.
Levantei e fui ao banheiro de novo. Joguei água na cara e vi que horas eram. Puta merda, já passavam das onze! Meio bêbado e sonolento, lavei o rosto de novo. Saí do banheiro e fui em direção aos caras. Despedi-me e fui embora. Comprei uma garrafa no caminho, e uma rosa. Aquelas ruas pareciam não ter fim. Ainda bem que morávamos no centro, e eu estava perto de casa. Fui bebendo, o caminho todo. Devia ter comprado algo para ela também. No interfone do apartamento, ouvi sua voz:
- Oi
- Oi Isaaa. Sou eu amor... Abre o portão para mim?
- Eu sabia! Eu sabia!
- Isinhaaaaaa, ta frio amor! Abre para mim?
Me deu um acesso de risos. Escutei o portão abrir. Empurrei e entrei. Virei a garrafa de novo, e comecei a tortuosa subida da escada. Morávamos no terceiro andar, e aquilo não era problema. Já passei por coisa muito pior. Subi, e cada degrau, um gole. No quinto, caí. Fui parar no chão, estatelado, bati a cabeça, que me valeram os cinco pontos que tenho hoje. Levantei, bebi mais um gole. Por milagre a garrafa não tinha quebrado. Comecei de novo. Um, dois, trêêêês, quatro...
- Eu fico puta da cara com você quando faz isso!
- ...
- Ainda bem que tua filha está dormindo, se não eu iria fazer um escarcéu aqui.
- Amor...Quer? – ofereci a garrafa –
Ela bebeu um gole.
- Poxa amor, sabe que eu nunca faço isso. – ela me ajudou a subir –
- Eu sei, mas poxa, por que hoje? Tinha algo especial para você.
- Tinha? – caramba, via tudo embaçado, e ainda assim, ela era linda. –
- É. Mas você desse jeito, vai fazer o que?
Bebi mais. Não enrolava tanto assim as palavras quando ficava podre, mas ficava muito, mais muito mais safado. Olhei para ela e sorri.
- O que é meu bem?
- Vamos lá para cima amor, que eu te mostro.
Meu problema, é que fico meio burro também. Supresa? Banho de água fria e café sem açúcar. O café até que é bom, mas água fria é de foder.
- Porra, eu estou legal, quer parar com essa merda?
- Já ta são?
- Ahhhhhhhhh!
Ela desligou o chuveiro. Saí e me enxuguei. Ela parada, na minha frente. BEBENDO! Pode? Terminei.
- Querida, tem algo para comer?
- O galo come onde canta.
- Entendi.
- Boa noite.
- Boa noite.
Ela saiu. Levou a garrafa e foi deitar. Minha cama já estava arrumada, no sofá. Deitei, e algo me espetou. Bingo! Preparei tudo. Saí cedo e deixei um bilhete. A rosa marcava as palavras...
''Eu te amo. Não sou nada, sem você boneca''.
E não é que ela me ligou, avisando sobre uma festinha na casa da amiga? É de foder!


[Não faço mais, hehe]
                                                                                                                 Pierrot da  Colombina

Nenhum comentário: